Lev Manovich e Cícero Inácio, no grupo Software Studies
Pesquisador da cultura digital
A última plenária especial que o V Simpósio ABCiber 2011 preparou é com o professor Cícero
Inácio da Silva, abordando arte e cultura digital. Graduado em Psicologia pela Faculdade Paulistana de Ciências e Letras,
fez mestrado em Comunicação e Semiótica, com a linha de pesquisa Tecnologia da Informação, na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Na mesma instituição fez seu doutorado, também em
Comunicação e Semiótica, desta vez na área de signos e significação. Para realizar sua tese,
além de estudar na PUC-SP, fez estágio de pesquisa na Brown University, nos Estados Unidos. O pós-doutorado foi
feito inteiro em terras americanas, na Universidade da Califórnia em San Diego. O tema da pesquisa foi tecnologias interativas,
arte digital, estudos em software e comunicação.
Atualmente, Cícero é pesquisador e professor na área de arte e comunicação digital e coordenador
do Grupo de Software Studies no Brasil. Ele leciona e
pesquisa no Instituto de Artes, na pós-graduação em
Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e dirige o Laboratório de Estudos do Software, uma
parceria entre a já citada Universidade da Califórnia e a UFJF. Ele também arranja tempo para ser curador de Arte
Digital do Fórum da Cultura Digital Brasileira.
Cícero tem organizado congressos e seminários nacionais e internacionais na área de tecnologias digitais, novas
mídias e estudos de software, tais como os seminários Computing in the Arts, na Universidade da Califórnia. Seus
últimos projetos na área de tecnologias relacionadas a posicionamento espacial dialogam com os processos de
geolocalização, como o projeto GPSart, e comunidades
virtuais e redes sociais via GPS, como o GPSface.
Mesmo seu mais recente trabalho artístico aborda espacialização e localização. Em parceria com o
professor da Universidade da Califórnia Brett Stalbaum, desenvolveu o sistema
Walkingtools e o software HiperGps (que permite
aos criadores de conteúdo facilmente associar mídias com coordenadas geográficas em aplicativos para
celulares). Ambos são ferramentas de produção em software livre de arte tecnológica para telefones
móveis. Desenvolve também a pesquisa Explorers, que estuda as novas definições e formatos de
utilização de sistemas Open Source (código livre) e software livre no Brasil. Também foi coordenador
Comitê Científico do FILE e do comitê
Científico do FILE Labo de 2007 a 2010.
Imagem de abertura do Plato Online
Em termos de publicações, é membro do corpo editorial da Série Software Studies da MIT Press, da qual
são editores Lev Manovich, Matthew e Noah Wardrip-Fruin, e da revista Future Generation Computer Systems, entre outras, e autor
do "livro"
Plato online: nothing, science and technology, parte de um projeto artístico-acadêmico que transita entre o
texto e o contexto e que já foi descrito como um "experimento carnavalesco" no que diz respeito aos conceitos
tradicionais de autoria: todos os autores presentes são anunciados como algoritmos e não há maneira segura de confirmar se
são quem dizem ser... a menos que se consiga identificar assinatura que é parte inerente de todo texto existente.
Não perca a plenária especial com Cícero Inácio da Silva sobre arte e cultura digital no ABCiber2011. Vai ser no
dia 18 de novembro às 17 horas.
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Redatora: Joana Caldas
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Artista para pensar as novas mídias
Na primeira plenária especial do ABCiber 2011, trazemos para Florianópolis a artista e professora Giselle Beiguelman
para falar sobre hacktivismo. Natural da capital paulista, formou-se em História pela Universidade de São Paulo (USP) e fez
doutorado em História Social na mesma instituição. Define-se como midiartista, atuando nas áreas
relacionadas à criação e crítica de arte nas novas mídias. É professora da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP, de História da Arte e Design, e membro do júri da Ars Electronica em 2010 e 2011.
A todas essas atividades que Giselle exerce atualmente, somam-se as que já realizou como artista e acadêmica: foi
professora da pós-graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP) de 2001 a 2011, curadora do Nokia Trends em 2007 e 2008 e diretora artística do
Instituto Sergio Motta de 2008 a 2011. O lado artístico de Giselle engloba projetos apresentados em exposições de
renome, como a Bienal de São Paulo, o Net_Condition, o El final del eclipse, a Algorithmic Revolution,
a arte.mov e o Netescópio.
Várias obras de Beiguelman já foram premiadas, ganhando destaque no mundo da New Media Art. Entre elas, O livro depois do livro, um ensaio hipertextual e visual sobre
ciberliteratura, trabalho de 1999. Mais recentemente, em 2002, Giselle levou a arte das novas mídias para as ruas com seu
Egoscópio. A ideia era que as pessoas mandassem endereços de sites na internet para a página do
Egoscópio e os sites apareceriam em dois telões colocados em uma movimentada avenida no centro da cidade de
São Paulo.
Abertura do Livro depois do livro
No mesmo ano, o projeto Paisagem0
era uma máquina que permitia a produção de imagens do nordeste brasileiro através da mistura de fotos de seu
banco de dados. Foi feito em conjunto com Marcus Bastos, professor do Departamento de Artes da PUC-SP, e o artista Rafael Marchetti. Em
2007, o destaque ficou com Fast/Slow_Scapes
, em que Gisele fotografou, através de câmeras de celulares, as paisagens que via quando estava no trânsito,
sempre de dentro de um veículo em movimento, podendo ser um automóvel, ônibus, barco, táxi ou trem. O
resultado é uma série de imagens das cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Berlim, Nova York e de algumas localidades na
Grécia.
Abertura do Paisagem0
Entre as publicações da convidada do Simpósio encontram-se a versão impressa de O livro depois do livro
, lançada em 2005, e a coletânea de artigos Link-se (arte/mídia/política/cibercultura), que discute aspectos
fundamentais da criação, produção e circulação na cultura das redes e também é de 2005.
Em São Paulo na linha, publicado em 2000, Giselle, junto com a ilustradora Carla Caffé, apresenta desenhos da
cidade no fim do século 20. A publicação mais recente é Nomadismos Tecnológicos, em conjunto
om o professor argentino Jorge La Ferla, lançado na Feira do Livro de Buenos Aires em 2009. O livro, em espanhol, trata do
impacto das telecomunicações no mundo atual, com destaque para a mobilidade. Ainda não há data para a chegada da
versão em português nas livrarias brasileiras.
A plenária especial com Giselle Beiguelman sobre hacktivismo no ABCiber 2011 será no dia 16 de novembro às 17
horas. Siga Giselle Beiguelman nas comunidades on-line: Blog,
Facebook, Twitter, Formspring.
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