A Cibercultura pode ser percebida enquanto a presença de Tecnologias de Informação e Comunicação nas dimensões material e imaterial, simbólica e imaginária da sociedade contemporânea. Pelo fato de atravessar vários processos e fenômenos, desafia constantemente a sua (re)produção, bem como exige um contínuo pensar sobre si mesma. A comunicação mediada, ocorrendo hoje em um ambiente marcado por empresas e tecnologias midiáticas onipresentes e oniscientes - como o Google, o Facebook e o Twitter, além de toda uma série de empresas menores com o foco em captura e monitoramento de dados - encontra uma série de desafios e oportunidades. Isso implica a redefinição de práticas fundamentais para a democracia, como um jornalismo forte, bem distribuído – tanto na forma de produção, quanto nas formas de consumo - e, ainda, por um mercado capaz de ter suas regras claras e minimamente transparentes, no que toca aos modos como os consumidores são identificados, observados e atingidos por mensagens de natureza, predominantemente, publicitária.
O cenário implica, ainda, uma rede digital neutra e acessível a todos cidadãos, ou seja, inclusiva. Até que ponto gigantes midiáticos onipresentes nas práticas comunicacionais hodiernas, assim como todo o exército de empresas que extraem e comercializam dados a partir de traços deixados por todos que estão conectados, colaboram para um cenário político, econômico e cultural mais transparente, democrático e inclusivo? Até que ponto exercem seus poderes de modo abusivo, promovendo invasões e desrespeito a direitos individuais, além de movimentos disruptivos em diferentes setores da sociedade – como o do jornalismo - com quais efeitos e a que preço?
Pensar possíveis limites, benefícios, oportunidades e desafios que o cenário abordado implica é a proposta do VIII Simpósio Nacional da ABCiber.