Rachel Rosalen, Rafael Marchetti
Net.art
A obra foi realizada a partir da gravação, sob a direção dos artistas,
de uma seleção de alguns artigos específicos da Carta dos Direitos Fundamentais
da União Européia, na sede do Parlamento Europeu em Bruxelas. O registro do
áudio foi gravado em seis línguas e mixado com imagens, capturadas por um
sistema de busca na internet em tempo real, de certos aspectos da realidade
européia que se contrapõe ao texto da Carta.
Rachel Rosalen e Rafael Marchetti
partiram do material produzido em uma residência artística em Bruxelas (2010),
cujo foco foi o binômio entre local e União Européia. Bruxelas vive uma situação urbana
singular e complexa, ao mesmo tempo em que é cosmopolita reproduz dinâmicas de
uma cidade pequena. Recortada pela presença da União Européia e de instituições
ligadas a ela, Bruxelas está cindida desde sua base administrativa entre Flandres e a comunidade francesa, possui duas
línguas correntes as quais se mesclam os idiomas, dialetos e culturas de 30% de
imigrantes advindos da Europa do Leste, América do Sul e África. Para os
artistas, “o contraste entre o local e o global, entre a Villa e a Metrópole, o
Belga e o imigrante, aparece como conflito. Ironicamente, a mesma União Européia
que formula a ‘Carta dos Direitos Fundamentais da União Européia’ e a publica
nas línguas referentes aos países que fazem parte da Comunidade, exila, com
este gesto, tudo aquilo que não pertence a este grupo, ou seja, os imigrantes.”
