Joasia Krysa é um dos keynote speakers do ABCiber 2011
A polonesa Joasia Krysa, professora da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, diretora fundadora do KURATOR, agente curatorial da
13ª Documenta de Kassel (2012), é um dos keynote speakers do ABCiber 2011.
Uma das principais preocupações de Joasia Krysa é a função curatorial. Sua tese de doutorado aborda
os programas de computador para curadoria, tendo com ela recebido seu grau de PhD na Universidade de Plymouth. Experiência no
assunto não lhe faltava, pois ela é um dos fundadores e a diretora artística do projeto KURATOR, ao mesmo tempo uma
agência curatorial e uma plataforma de pesquisas na interseção da arte, da tecnologia e da sociedade. A ideia é
explorar os paralelos entre a organização dos objetos nos sistemas técnicos e as práticas curatoriais, na
produção de sistemas tecnológicos experimentais, performativos, participatórios e distribuídos, que desafiam
as relações sociais ortodoxas. O projeto oferece experiência e auxílio a pesquisas interdisciplinares sobre
práticas artísticas e curatoriais, teoria da crítica, teoria das redes e estudos de programação.
Um dos projetos mais bem sucedidos organizados por Joasia Krysa é Silicon Dreams, de 2010, por encomenda do
Ministério da Ciência e da Inovação da Espanha. Com o subtítulo de Arte, Ciência e Tecnologia na
União Europeia, a exposição abordava as práticas em que esses três campos se interpenetram,
apresentando contribuições dos mais importantes artistas atuais que exploram a arte tecnológica.
Silicon Dreams: My Black Cat, por Knowbotic Research
Igualmente importante é a conferência Curating, Immateriality, Systems, apresentada na Tate Modern Gallery,
de Londres, em 2005. Nela se questiona como os curadores podem responder às novas formas de sistemas auto-organizantes e
autorreplicantes, às bases de dados, aos programas de computador, à arte em rede, à arte programada, às
mídias generativas, ou seja, aos sistemas em geral de produção cultural imaterial.
Joasia Krysa 7eacute; também um dos editores da série DATA Browser, publicações que abordam a
interseção cultura-tecnologia. O número 3, editado por Joasia, tem por título Curating immateriality: the
work of the curator in the age of network systems. Nele, artigos de diversos autores estudam como o campo da curadoria se expandiu
com as transformações que a cibernética provocou na produção cultural, principalmente com o
surgimento da Internet. Autores como Christiane Paul, Josephine Berry Slater, Geoff Cox, Matteo Pasquinelle, a própria Joasia e
outros, discutem que se a nova tecnologia trouxe formas mais democráticas de divulgação e alcance, trouxe também
formas mais extensivas de controle. Como fica a curadoria, e os softwares de curadoria, por detrás da retórica dos
softwares livres e dos sistemas abertos? Como as relações de poder conseguem continuar presentes nos sistemas de rede? O
que tudo isto implica para a arte e para os curadores de hoje?
São questões que certamente estarão presentes na palestra da Dra. Joasia Krysa como um dos keynote speakers
do V Simpósio Nacional da ABCiber 2011.
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Cibercultura é a nossa praia
A Praia Brava, no norte da ilha
É comum encontrar nos folhetos turísticos a descrição de Florianópolis como uma ilha com 42 praias
incomparáveis. Isso é verdade, mas nossa ilha não atrai apenas pessoas bonitas e surfistas, a cibercultura também
veio aqui para ficar.
Na capital catarinense, o mercado de tecnologia rende o dobro do arrecadado pelo mercado turístico e mantém um
crescimento anual constante que oscila entre 20 a 30%. Desde a década de 1980 que governo e iniciativa privada uniram-se para
transformar Florianópolis num polo tecnológico, com o incentivo à: criação de novas empresas que atuem
no setor.
Um dos projetos de incubadoras de empresas é o Midi Tecnológico. Enquanto o índice de sobrevivência de
novas empresas no Brasil, segundo o SEBRAE, é de 10%, o índice de sobrevivência das empresas incubadas pelo Midi
Tecnológico é de 90%. Por isso ele já recebeu o prêmio da Anprotec - Associação Nacional de
Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores - de melhor incubadora do país, em 2008. Outro projeto importante é o
Sapiens Parque, com uma área de 4,5 milhões de m², em que está prevista a instalação de cerca de
500 novas empresas.
Entretanto, tais projetos enfrentam um problema comum, a pouca disponibilidade de mão de obra especializada. Apesar dos
esforços da UFSC, da UDESC e das escolas locais do SENAI e do SENAC, sempre sobram vagas a serem preenchidas nas empresas já
existentes. O V Simpósio da ABCiber - 2011 é uma boa oportunidade para contatos com este mercado.
A Praia Mole, em Florianópolis, caracteriza-se por sua areia extremamente fina e suas ondas regulares, sendo uma das
favoritas para o surfe.
Quando o imaterial é matéria
Nas últimas semanas, a polêmica envolvendo a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e pessoas dos mais variados campos,
como artistas plásticos, músicos, escritores, jornalistas, juristas, esquentou e tornou-se matéria dos jornais e
outros meios de comunicação. O principal assunto é a nova legislação de direitos autorais. O principal
problema é o fato de que os produtos culturais, com o progresso da tecnologia digital, tornaram-se cada vez mais imateriais. E
como tal cada vez mais fugidios e avessos a controles e cerceamentos.
Mas não é só isso. No governo anterior, programas como Cultura Viva e Pontos de Cultura parecem ter
agradado em cheio. Como já sabemos do futebol, mexer em time que está vencendo é perigoso, mas parece que é
isso que está acontecendo. Primeiro, foi o banimento do Creative Commons da página na Internet do Ministério
da Cultura. Só quem apreciou foi a Aliança Internacional de Propriedade Intelectual, entidade que parece ter tanto a ver
com uma política justa de direito autoral quanto a infausta Sociedade Interamericana de Imprensa, aquela lá de Miami, tem
a ver com a liberdade de expressão: ou seja, nada.
A polêmica continua. Por enquanto, só uma coisa é certa: tudo isso tem muito a ver com a cibercultura. Este e
outros debates terão um fórum privilegiado no V Simpósio ABCiber - 2011, mas desde já podemos debater o
assunto nas comunidades da rede, como a Cultura Digital, a Mobiliza Cultura e outras. Mãos ao teclado, pessoal.
[Redatora: Joana Caldas]
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