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Historiador da imersão

Professor Oliver Grau faz palestra em pré-simpósio.

Com formação em História da Arte e Teoria das Mídias, o alemão Oliver Grau vai chegar primeiro a Florianópolis e dar sua palestra no dia 5 de agosto, às 15:00 horas. A organização do Simpósio ABCiber 2011 está preparando um pré-simpósio com Grau, que atualmente é professor e diretor do Departamento de Ciência e Imagem da Universidade do Danúbio, em Krems, Áustria. Sua linha de estudos e trabalhos consiste, além da ciência da imagem, na modernidade e arte midiática, com pesquisas nas áreas de história da arte, realidade virtual e emoções.

Interessado em arte digital e história da arte visual, Oliver Grau estuda a imersão desde a Antiguidade. Ele foi o diretor do projeto Immersive Art, o primeiro banco de dados internacional sobre arte digital. O projeto existe desde 1998. Também sobre arte digital e história, o professor escreveu livros como Arte virtual: da ilusão à imersão, sobre história da arte e realidade virtual, e MediaArtHistories, uma coleção de artigos e ensaios sobre a arte das novas mídias, os quais foram traduzidos para doze línguas. Grau foi também o diretor e organizador da primeira conferência internacional sobre a história das artes nas mídias, ciência e tecnologia, chamada Refresh, que ocorreu em 2005 no Canadá, e, em 2008, coordenou a segunda Conferência Internacional da Ciência da Imagem, na Áustria.

Consultor de entidades como a Fundação de Pesquisa Alemã e o Conselho Europeu de Pesquisa, Oliver Grau é também membro do corpo editorial de diversas revistas científicas. Ele já recebeu cinco prêmios, entre eles a eleição, em 2001, para a Jovem Academia, que promove o discurso interdisciplinar e a cooperação entre jovens cientistas e acadêmicos de destaque, fundada pelas Academias de Ciências Berlin-Brandenburgische e Leopoldina.


The Last Supper And The City of Bits. Continuing the search for the Soul of the City, do projeto Immersive Art.

Oliver Grau também foi responsável por desenvolver novos currículos internacionais para o estudo de Ciência da Imagem, que inclui o mestrado MediaArtHistories e programas acadêmicos em gerenciamento de coleções digitais e design de exposições. Quando não está dando aula, dirige a publicação online da coleção de gravuras da Abadia de Göttweig, que possui mais de 30 mil exemplares e a torna uma das maiores coleções privadas de artes gráficas da Áustria.


Gravura da coleção da Abadia de Göttweig.

A visita de Oliver Grau a Florianópolis faz parte de um roteiro maior, que inclui também eventos em Goiás, promovidos pelo Mídia-Lab - Laboratório de Arte e Realidade Virtual da Universidade de Goiás. Aqui em Florianópolis, a Palestra de Oliver Grau será no Auditório Henrique da Silva Fontes, do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina.


Quando a arte encontra a cibercultura

Já faz algumas décadas que os computadores deixaram de ser aquelas enormes máquinas que ocupavam uma sala inteira e passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Um campo que sempre reflete as mudanças sociais é a arte e, claro, ela também foi afetada por toda essa tecnologia. Os artistas estão sintonizados com a cibercultura e os trabalhos que surgem dessa união estão sendo chamados de New Media Art ou Arte das Novas Mídias.

Sem ser um movimento organizado e sem manifesto, as obras criadas através da tecnologia eletrônica chamam a atenção de outros artistas, de curadores e críticos. O termo New Media Art começou a ser usado em larga escala a partir de 1994, quando a Internet já estava se tornando mais popular. No ano anterior, um trabalho notável havia surgido. Trata-se do website jodi.org, criado pelos europeus Joan Heemskerk e Dirk Paesmans, que mistura imagens e scripts na linguagem HTML. Foi uma forma de explorar a tecnologia para fins artísticos.


Exemplo da página jodi.org

Pode-se dizer que a New Media Art é uma resposta à revolução causada pela tecnologia e à digitalização da cultura. Exemplos de trabalhos desse gênero incluem produção de páginas na Internet, instalações multimídia com participação do espectador, realidade virtual, modificação de jogos de videogame, interações entre o mundo virtual e o real e intervenções em sites. Muitas obras brincam e fazem referência à cultura pop, como Super Mario Clouds, em que o artista Cory Arcangel modificou o famoso jogo Super Mario Bros., do videogame Nintendo Entertainment System. A apropriação é comum na New Media Art, pois na internet é natural o compartilhamento de imagens, sons, vídeos e textos. Para não violar direitos autorais, muitos artistas optam por trabalhar com softwares livres.


Cartucho de videogame modificado, do Super Mario Clouds.

A internet é o elemento fundamental quando se fala na arte midiática. Ela é um meio de divulgação capaz de alcançar pessoas do mundo inteiro, expor trabalhos sem a necessidade de um museu ou uma galeria, ser um espaço de troca de ideias entre os artistas e as demais pessoas, como uma grande praça pública. Como as obras da New Media Art levaram algum tempo para serem expostas em museus, os sites e as listas de email serviram como o meio de divulgação, discussão e promoção entre os artistas. Também importante para o surgimento de novos trabalhos foi a evolução de hardware e software. Os artistas cresceram com computadores pessoais e videogames, já familiarizados com a tecnologia.

Uma das primeiras exposições de New Media Art foi organizada pelo keynote speaker do ABCiber 2011 Jon Ippolito. Com o nome de Virtual reality: an emerging medium, tratava-se de uma introdução ao uso artístico da tecnologia. A exposição ocorreu em 1993.

Para saber mais sobre esse encontro da cibercultura com a arte é só ficar atento à programação do Simpósio da ABCiber 2011. Além de Joasia Krysa, Jon Ippolito e Oliver Grau, também está confirmada a presença de Enrique Rivera, Cícero Inácio da Silva, Giselle Beiguelman e Marta Strambi.

 



O sol refletindo nas águas de Ponta das Canas, em Florianópolis.


[Redatora: Joana Caldas]

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