Última alteração: 2021-03-18
Resumo
Desde o desenvolvimento da rede global de computadores a palavra 'rede' é frequentemente usada como sinônimo da palavra 'internet'. Apesar das transformações que ocorreram ao longo dos anos (rede de computadores, rede social, etc.), o termo é mais amplo e resulta em combinações hÃbridas. Assim, quando se fala em redes se faz referência a um aglomerado de relações humanas com os objetos/coisas, também envolvem discursos, imaginários, eventos, etc., e a interação destas partes distintas. Logo, se faz necessário uma revisão paradigmática expandindo os olhares sobre as práticas pedagógicas e seus processos de interação em redes, a partir de agora chamada de redes sociotécnicas, onde a mistura de elementos interage para produzir ensinos, aprendizagens, pesquisas ou compreensões das ações ou acontecimentos. Nosso argumento é perceber que todas as práticas emergem de enredos entre pessoas e objetos/coisas, ou seja, são mais-que-humanas. As práticas pedagógicas são sociais e materiais, são sociomateriais, porque são todas fundamentalmente moldadas pelos objetos/coisas, com os quais nos associamos, somos associados e, consequentemente, enredados. Alicerçado na Teoria Ator-Rede (TAR), o objetivo do artigo é seguir os rastros da rede sociotécnica, de uma prática pedagógica, numa disciplina em ambiente virtual. Metodologicamente, temos a intenção de contribuir para o diálogo a respeito da Etnografia das Redes Sociotécnicas (ERS), buscando pensar alternativas metodológicas, como exemplo, a pesquisa pós-qualitativa, que se fundamenta numa visão não-antropocêntrica, desmascarando as maneiras pelas quais estamos enraizados em ideologias humanistas.
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