Última alteração: 2021-03-18
Resumo
Em julho de 2020, a influencer trans Romagaga publicou um desabafo em vídeo em suas redes sociais divulgando que seu perfil no Tinder havia sido apagado pelo aplicativo. A influencer acusou a plataforma de transfobia, o que motivou uma série de reações. Desta forma, como parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, investigou-se, por meio de uma abordagem neomaterialista (LATOUR, 2012; LEMOS, 2018) e a partir de uma perspectiva transfeminista, se o aplicativo, por meio de uma análise situada da ferramenta de denúncia, poderia ser considerado transfóbico e se existe um padrão material-discursivo de controle de permissão para a expressão de gênero de pessoas trans* nesta plataforma. Entre os resultados, destaca-se que as opções de sinalização no Tinder são genéricas e que, a partir de enviesamentos algorítmicos de gênero da plataforma, podem provocar uma prática de vigilantismo e controle contra perfis dissidentes, sendo necessário uma reformulação que viabilize a contÃnua auditoria de práticas transfóbicas e um inequívoco compromisso com a quebra de orientações trans-excludentes.