Neste artigo, partimos de alguns exemplos extraídos da ficção científica popular para analisarmos como os imperativos da ”œsaúde portátil” e da ”œautogestão”, presentes nestas narrativas, são mobilizados em nossa sociedade, de modo a produzirem subjetividades na relação dos indivíduos com sua própria saúde. Ancorados em um arsenal teórico que envolveu os estudos do consumo, da biopolítica e da biomedicalização, elegemos como corpus o website e uma peça publicitária do Labi Exames ”“ uma rede de laboratórios cujo objetivo é ”œdesburocratizar” a realização de exames médicos. A partir da abordagem teórico-metodológica da Análise do Discurso, identificamos um movimento discursivo que mescla a figura do paciente à do consumidor neoliberal, mobilizando um sujeito dotado de autonomia que lança mão das tecnologias digitais e que, por meio do consumo, encontra uma maneira de administrar seu corpo e sua própria saúde.