ISSN : 2175-2389

Ao se refletir sobre o processo de midiatização da sociedade, pensamos na interconexão e manifestação entre as práticas sociais e os processos midiáticos. Nesse cenário, as plataformas digitais ganham uma relevância fundamental por serem espaços nos quais questões que antes não eram debatidas ganham destaque, como é o caso da Síndrome de Turner (ST). Meninas e mulheres com essa síndrome ascendem ao espaço online não apenas para tirar dúvidas ou obter informações técnicas, mas também para expressar a multiplicidade existente em quem nasce com ST. Elas utilizam tanto as ferramentas disponíveis nas plataformas, quanto manifestam sua criatividade na produção de conteúdo. Diante do exposto, o objetivo do artigo é trazer uma reflexão teórica e empírica para demonstrar as relações existentes entre as materialidades e os processos de midiatização da saúde, e como estes contribuem e estão presentes na expressão da diversidade. Para isso, será feito um estudo de caso da página do Facebook Turner Syndrome Global Alliance e do Instagram Turner & Eu. No aporte teórico, foram utilizados autores como Gumbrecht (1994) para falar sobre materialidades e Couldry e Hepp (2020) para falar sobre a conexão do assunto com a ambiência da midiatização.  Percebemos que se deve refletir sobre todos os fatores que envolvem a produção de sentidos, sem dar uma centralidade à mídia e sem cair em um determinismo tecnológico, considerando os múltiplos aspectos que permitem a manifestação da diversidade.