Este trabalho tem como objetivo compreender como o clube de assinaturas de livros Tag Inéditos, através da criação de universos transmídia (REIS; MUSSE, 2021), potencializa o caráter humanizador da leitura nos indivíduos. Para isso, iremos analisar como o clube constrói um universo transmidiático a partir do livro “O mapa de sal e estrelas”, escrito por Zeyn Joukhadar (2020).

O livro oferece um panorama sobre a questão dos refugiados da Síria. Desde o início da guerra civil, mais de 6,6 milhões de sírios foram acolhidos em outros países e outros 6,7 milhões estão deslocados no interior da Síria (SÍRIA, 2021). A narrativa aborda tanto a questão dos refugiados, quanto daqueles que vivem de forma precária dentro do país, destacando a temática dos direitos humanos.

Assim, consideramos importante avaliar como um clube de livros como a Tag Inéditos pode ajudar a criar uma leitura mais humanizada, utilizando como recurso as novas tecnologias digitais. Acreditamos que é essencial observar como esse universo transmídia criado pelo clube contribui para uma leitura ainda mais profunda e humanizada da obra, oferecendo ao leitor uma forma diferente de ler, onde os conteúdos digitais são partes importantes para compreender o contexto da narrativa.

Para isso, iremos recorrer a autores que discutem esse viés potencializador da literatura, como Antônio Candido (2011) e Carolina da Silva e Pedro Peruzzo (2019). Também analisaremos como o Tag Inéditos cria um ambiente transmidiático para os universos literários, utilizando autores como Yvana Fechine (2014) e Carlos Scolari (2013). Por fim, analisaremos os conteúdos da revista enviada e do aplicativo, observando como o clube aborda a questão dos refugiados e da guerra na Síria.