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Cultura digital com Jon Ippolito

O americano Jon Ippolito é formado em física e astrofísica em Harvard. Mas foi no mundo da arte que encontrou seu lugar como incentivador e preservador da cultura digital. Hoje, é esta sua principal preocupação. Tudo começou em 2002, quando Ippolito entrou para o Departamento de Novas Mídias da Universidade do Maine, na costa nordeste dos Estados Unidos. Lá, ele conheceu a professora Joline Blais e, juntos, nesse mesmo ano de 2002, fundaram o projeto Still Water. O programa consiste em promover arte em rede e cultura, através do acesso a ideias e códigos de programação e variadas configurações. O Still Water já conta com um laboratório equipado com computadores das plataformas Macintosh, Linux e Windows e desse projeto já saíram diversas parcerias, ideias, atividades e ferramentas de trabalho.

Recentemente, o LongGreenHouse, em associação com outras entidades, junta cultura indígena, agricultura e cultura digital. Trata-se de uma parceria para a regeneração de redes ecológicas e sociais na biorregião próxima à Universidade, que inclui uma população de indígenas. Também feito pelos participantes do Still Water, o ThoughtMesh é uma ferramenta que busca, através de palavras-chave, trechos específicos de trabalhos publicados em diferentes sites e hospedados no servidor do projeto.

Pode-se dizer que Jon Ippolito pesquisa o âmago da cultura digital. É interessante destacar que ele também faz parte do The Variable Media Network, um consórcio internacional de museus que visa criar estratégias para preservar a arte nas novas mídias, independente do meio usado. Outra organização em que Ippolito atua é a The Open Art Network, primeiro projeto que teve sua origem no Still Water. O objetivo é promover padrões que encorajam uma arquitetura aberta para a Internet e mídia digital e, assim, ajudar artistas que trabalham em formatos digitais. Já The Pool é um ambiente on-line que estimula e documenta arte colaborativa, textos e códigos. Não é à toa que grande parte de sua extensa produção bibliográfica esteja on-line e acessível a todos.


Jon Ippolito e Joline Blais

A portabilidade entre as mídias também faz parte do trabalho de Ippolito. O projeto Variable Media Questionaire é uma base de dados da intenção dos artistas de produzir futuras recriações de seu trabalho, numa descrição independente de meio. O termo variable media decorre da ideia de que a produção artística pode ser realizada em vários suportes, e, com o desenvolvimento da tecnologia, pode migrar para novas mídias e plataformas.

Antes de ser professor na Universidade do Maine, a cibercultura já fazia parte da vida de Ippolito. Trabalhando no museu Guggenheim, em Nova York, no Departamento de Curadoria, organizou o projeto Seeing Double: Emulation in Theory and Practice. Fora da esfera virtual, ele também lidou com artes plásticas, fazendo exposições sozinho e em grupo.

A vinda de Jon Ippolito como palestrante de destaque no V Simpósio Nacional da ABCiber contribuirá para a fermentação de futuras plataformas o no design de estruturas abertas de informação.


Quanto vale sua privacidade?

O tema privacidade, ou a falta da mesma, tem sido constante nos noticiários. A Apple esteve presente nos jornais do mês passado, quando dois pesquisadores britânicos descobriram que o iPhone e o iPad com conexão 3G guardam informações sobre a localização de seus usuário, por um tempo maior do que o normalmente usado, e permitem que esses dados sejam acessados num computador, pois não estão encriptados. No caso de um roubo do iPhone ou do iPad com 3G, o ladrão pode acessar as informações utilizando um software simples.

A política de privacidade da Apple prevê que dados sobre os usuários sejam enviados à empresa e até a terceiros. Cabe a reflexão sobre se isso dá direito à companhia de armazenar informações sem o consentimento dos usuários. O site americano eBay possui política semelhante e também pode coletar dados como nome, email e endereço IP, que são armazenados em servidores no Estados Unidos. Resta saber quantos registrados no site leram a política de privacidade e estão cientes dessas práticas.

Uma forma do uso dos dados coletados pode ser vista no Gmail, o email do Google. Palavras escritas nas mensagens direcionam a seleção das propagandas encontradas na mesma página. Em sites de vendas, como o Amazon e o próprio eBay, é comum a sugestões de produtos semelhantes. Dessa forma, na próxima visita do usuário, já é feita uma oferta de mercadorias totalmente personalizada, baseada na navegação anterior do usuário pelo site e no uso de cookies. Quando pessoas utilizam serviços de email e compra na internet, estão automaticamente concordando com essas políticas?

Também há o caso em que o próprio usuário voluntariamente exibe informações pessoais na internet. O Facebook sabe quantos amigos você tem. O Orkut sabe onde você passou suas férias e com quem foi. O Twitter sabe o que você está fazendo ou pensando. Já faz parte da vida do cotidiano de milhões de pessoas a atualização frequente de uma ou mais redes sociais. São fotos, vídeos e mensagens postadas diariamente. A quem se direciona todo esse conteúdo? O usuário pode querer divulgar as informações apenas para seus amigos, mas o site automaticamente também tem acesso a elas.

É impossível imaginar o mundo atual sem tecnologia. É inegável o quanto a internet e a telefonia móvel mudaram a forma de a sociedade pensar a privacidade. Mas será que as milhões de pessoas que usam tecnologia diariamente refletem sobre isso? Estão cientes de que enormes corporações possuem seus dados armazenados em algum servidor? Sabem quais são as políticas de privacidade de cada empresa? O que essas companhias podem fazer com todos esses dados? Como as informações divulgadas em redes sociais afetam a privacidade no mundo não virtual? Levantar questões como essas e causar discussões saudáveis que levem todos a refletir sobre a cibercultura é um dos objetivos do Simpósio da ABCiber.

 



Lagoa da Conceição

Florianópolis, todos sabem, situa-se numa ilha, a Ilha de Santa Catarina, que acabou dando nome ao próprio Estado. O que nem todos sabem é que no interior desta ilha existe uma lagoa, de dimensões amplas o suficiente para comportar um iate clube e regatas de veleiros. É a Lagoa da Conceição. Às suas margens formou-se uma pequena povoação de pescadores, que hoje é um dos bairros mais animados e dinâmicos da capital catarinense, com inúmeros restaurantes à beira da água, onde se consomem deliciosos pratos à base de pescados e frutos do mar (como a famosa sequência de camarão), vendo pela janela as velas brancas dos barcos e o voo das gaivotas. De noite, bares com shows musicais e dança, além do espetáculo indescritível do luar brilhando nas águas límpidas da lagoa.


[Redatora: Joana Caldas]

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