Pela sua própria essência, a esfera do digital desafia esforços de mapeamento. Um híbrido da esfera mental e do mundo do físico, os espaços da internet oferecem justamente pregnância da potência - aquilo que pode vir a ser, do construível e do forjável. Milton Santos, geógrafo Brasileiro, falava da Psicosfera e da tecnosfera - elementos do espaço que são criados pela humanidade, forças que afetam a construção do espaço.
Estas esferas da experiência do mundo contemporâneo são mais que abstrações teóricas da academia: são lugares de criação de conflitos. É um espaço que é aberto à construção de novos mundos e experiências humanas. Também é a nova fronteira de novos embates de velhos conflitos.
É justamente nesta zona turbulenta entre criação e destruição que a ABCiber se abre para explorar e observar as materializações das potências destes espaços do digital. Sobreposições do mundo digital com o físico. Assassinatos de personalidade e guerras de versões de conflito arremessadas por soldados digitais nas redes. Criações de obras de arte e de personalidades. Direito Autoral Digital e Sistemas de accountability de novas formas de arte puramente digitais. Computadores fazem arte. Degradação corrosivas do pouco que ainda era considerado estável depois do pós-moderno e do fim das histórias, e mundos artificiais criados coletivamente.
Reconfigurações maravilhosas do eu e do nós e suas possibilidades de conscientização e ativação de mudança. Capitalismo de vigilância como nova exploração de recursos e compartilhamento de pesquisas científicas para a cura de doenças em tempo recorde.
Pesquisas e estudos em torno do tema são a base para as propostas de trabalhos para participação no III Encontro Virtual que a ABCiber, Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura, a ser realizado em parceria com a Universidade Anhembi Morumbi, entre os dias 27 e 28 de junho de 2022.

 

Grupos de Trabalho

 

GT 1 - Apocalipse de conflito

 

Fake news como ferramenta de destruição da verdade. Custos do mundo digital para a sustentabilidade. Tecnologias de comunicação como armas de guerra real. NFTs. Sistemas de controle e recolhimento de dados como forma de controle do indivíduo. O digital e seu papel no precarizado. 

 

GT 2 - Utopias do Digital

 

Criação artística através de redes colaborativas. Uso de redes como contradiscursos e ferramentas de libertação tática. Novas formas de financiamento.  Geração de movimentos políticos e poéticas do digital integrado às redes. NFTs. Possibilidades da vida artificial, inteligência artificial. Poéticas de novas identidades nas redes. Digital e soluções de sustentabilidade.

 

GT 3 - Sociedade: política e mobilização da sociedade

 

Este Grupo de Trabalho tem como missão discutir as questões sociais embarcadas no ciberespaço. Trata das dinâmicas políticas mediadas por tecnologias. Busca-se, assim, analisar trabalhos de pesquisa e reflexões que apresentem articulações sobre as dinâmicas de discursos políticos mediados por tecnologias e da mobilização da sociedade em busca de igualdade, atenção às minorias, processos de conscientização social e política.