Virtualização da Vida: Futuros Imediatos, Tecnopolíticas e Reconstrução do Comum no Cenário Pós-Pandemia
A pandemia da Covid-19 antecipa cenários disruptivos e abre uma linha de fuga para futuros imediatos, atualizando nossas expectativas frente ao mundo, produzindo urgências e colocando em xeque práticas econômicas, políticas, afetivas e processos de aprendizagem.
Diante do impacto da pandemia em um cenário global e que atinge bilhões de pessoas de forma simultânea, somos instados a pensar sobre esse acontecimento que nos faz ver o que uma época tem de intolerável e de limitações e faz emergir o desejo por novas possibilidades de vida e formas de estarmos juntos.
Em um cenário de urgência, bilhões de seres humanos foram confrontados a práticas e processos tecnológicos, procedimentos médicos e de segurança massivos, gestão de populações, vigilantismo explicitando as formas do biopoder e das biopolíticas contemporâneas.
Ao mesmo tempo, os processos de virtualização da vida apontam para novas formas de apropriação tecnológicas e tecnopolíticas, dão visibilidade a processos sociotécnicos, formas de conectividade, de interação, comunicação e participação, formas de sociabilidade emergenciais que impactam em todas as dimensões da vida.
É imerso nesse cenário que a ABCiber acontece pela primeira vez de forma virtual, experimentando os limites e potencialidades do virtual na sua própria comunidade e mapeando questões, autores, temas e processos de um presente urgente.
A consciência das crises de saúde, de governança, de sociabilidade no contexto pandêmico aponta para transformações massivas, planetárias, quantitativas e qualitativas, tecnológicas, e tornam ainda mais agudas as questões sobre o devir da espécie. Um momento de reposicionamento em torno das três ecologias propostas por Félix Guattari: o meio ambiente, as relações sociais e a subjetividade humana, uma ecosofia que é uma articulação ético política entre essas três dimensões. Tecnologias de monitoramento de comportamentos e de populações, tecnologias de leitura facial, capitalismo de vigilância, capitalismo de dados, capitalismo de plataformas, capitalismo algoritmo são muitos os nomes para nomear profundas transformações. Mas precisamos também apontar para a emergência de outros saberes, processos, redes de sustentabilidade, redes de afetos, uma apropriação tecnológica pelos muitos que aponta para um pensamento commons, tecnologias do comum, outras institucionalidades, movimentos, ativismos. Também podemos destacar o uso de diferentes dispositivos tecnológicos na produção de linguagens, estéticas, na invenção de um bios.
OBJETIVOS GERAIS
O objetivo do evento, em sua décima terceira edição, é promover um espaço inter, multi e transdisciplinar para debates, onde afloram contribuições, compreensão e fundamentação de conceitos e proposições para o novo ambiente de comunicação, de sociabilidade e de habitação.
O Simpósio ocorrerá online nos dias 16, 17, 18 e 19 de dezembro de 2020. Sua programação, contará com Palestras e Mesas de Conferência; Painéis Temáticos e Mesas Coordenadas; Reunião Científica; além de sessões de lançamentos de livros e eventos artísticos.
Os trabalhos inscritos através de call for papers serão direcionados a um dos 30 Eixos Temáticos previstos para o evento, a saber: