Última alteração: 2019-05-09
Resumo
Resumo: O artigo discute a migração que o artista brasileiro Wilton Luiz de Azevedo experimenta no decorrer de sua obra, partindo do universo gráfico, manual, para o domÃnio do software. Nunca abandonou a potencial importância que o gesto gráfico e o desenho espontâneo trazem para o desenvolvimento e evolução das linguagens artÃsticas, entretanto incorpora a tecnologia e seus signos que se desdobram numa significativa produção artÃstica colocando Azevedo como um importante nome na cena contemporânea da arte brasileira. Referências imagéticas que migram para o universo digital, resignificadas no conceito de ”œescritura digital expandida”, nas suas significações com a letra, a palavra e os sÃmbolos alfa numéricos. Estamos frente a frente com essas escrituras, diante dessas faces sonoras, de versos táteis e das imagens em movimentos analógicos-digitais (programadas em softwares), podendo assim redescobrir uma beleza que não nos remeta apenas à s explicações acerca de quanto a arte e a literatura nos transformam, mas também que nos proporcione encantamento pelas formas, pelos sons, pelas cores e pelas percepções corporais. Nessas intersecções suas experiências começam a dialogar com outras linguagens, como a poesia e a teoria literária, antevendo os impactos que a digitalização do conhecimento traria para o ser humano. Essa relação da arte com os meios tecnológicos foi grande objeto de estudo de Wilton Azevedo. Utiliza os elementos gráficos, que num processo de aglutinação de valores estéticos e sensoriais, desdobram-se em códigos digitais, transformando o sÃmbolo alfabético, a letra e a palavra em representações simbólicas que o meio tecnológico absorve e os transforma em um conjunto de imagens que se sobrepõem gerando novos desdobramentos à s linguagens da arte.