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ISSN : 2175-2389
Manifestação feminista sem fronteiras: do Chile para o mundo
Larissa Rodrigues Natalino, Carlos Pernisa Júnior

Última alteração: 2020-08-21

Resumo


O propósito deste artigo é discutir sobre as manifestações sociais feministas que se fazem valer de perspectivas net-ativistas. Utilizou-se dos conceitos de representação social (LEGROS et al., 2007) para discutir sobre os símbolos e as práticas que eles desempenham na sociedade. Nestas perspectivas, entendeu-se que os papéis sociais de gênero podem ser compreendidos como umas das principais formas de identificação social e discutiu-se sua naturalização, muitas vezes defendida com respaldo na biologia, a partir de autoras feministas como Beauvoir (1960) e Fraser (2007). Apoiou-se nas obras de Di Felice (2012, 2013a, 2013b e 2017) para discutir as dinâmicas de net-ativismo como as suas principais características e formas de acontecimentos. Para abordar especificamente as manifestações feministas que tiveram origem na internet, utilizou-se da obra de Hollanda (2018) e partir dela, foi citado o caso da hashtag #PrimeiroAssédio que inaugurou um novo momento net-ativista feminista no Brasil. Utilizou-se da Análise de Discurso (BRANDÃO, 2004) para analisar a música utilizada no protesto no Chile intitulado ”œUn violador en tu Camino”. A partir da análise e das demais considerações realizadas, foi possível inferir que uma das características mais marcantes dos movimentos net-ativistas é seu caráter paradoxal, de apresentar ao mesmo tempo uma dimensão global e local. Além disso, percebeu-se que as redes sociais digitais proporcionam às manifestações sociais uma nova forma de se organizar e expandir o seu alcance. Acredita-se também, que a partir delas pode ser criada uma nova consciência coletiva global para que ocorram mudanças efetivas nas questões de gênero da sociedade.

Palavras-chave: manifestação social, net-ativismo, conectividade, feminismo, Chile.