As enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul como acontecimento: uma análise da cobertura jornalística nos jornais online GZH e Folha de São Paulo

Resumo

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul (RS) foi atingido por volumes de chuva acima do comum, resultando em enchentes, destruições e perdas humanas por todo estado. Ao final deste mês, dia 31 mais especificamente, a Defesa Civil (2024) informou que, dos 497 municípios, 473 foram afetados de alguma forma pelas chuvas, mais de 39 mil pessoas estavam em abrigos e 580 mil desalojadas; 806 pessoas ficaram feridas, 44 estavam desaparecidas e 169 morreram; e mais de 77 mil pessoas e 12 mil animais foram resgatados. Ao todo, mais de dois milhões de gaúchos foram afetados, número bastante significativo considerando que o estado tem 11,3 milhões de habitantes. Consequentemente, a tragédia passou a ser pautada a todo momento, sob diversos recortes discursivos.
A partir deste panorama, interessamo-nos em compreender por meio de quais características as enchentes de maio se configuraram como acontecimento jornalístico e, consequentemente, como ele foi abordado discursivamente pelos veículos GZH e Folha de São Paulo. Dessa forma, nosso trabalho objetiva compreender quais estratégias discursivas estão sendo acionadas pelos veículos para executar a cobertura jornalística de eventos climáticos extremos, por meio do objeto de estudo enchentes de maio de 2024 no RS, a fim de verificar se o Jornalismo tem produzido tal tipo de cobertura de maneira adequada ou se está havendo falhas em relação à prática deste segmento do Jornalismo Ambiental.