“Grotesquerie”: uma leitura bakhtiniana da série de televisão e sensação de colapso social iminente

Autores

Palavras-chave:

Bakhtin, Carnavalesco, Grotesco, Terror, Televisão, Streaming

Resumo

O estudo propõe uma leitura bakhtiniana  da série de televisão estadunidense de terror Grotesquerie,  criada por Ryan Murphy,  utilizando-a para discutir novas relações entre o gênero terror e um mundo marcado pelas consequências do capitalismo para o meio ambiente e da extrema direita na política. Em sua investigação das epistemologias pré-históricas do discurso no romance, Mikhail Bakhtin reflete sobre as delineações grotescas rabelaisianas como estando entre as manifestações nascentes desse discurso. Nossa hipótese é de que o funcionamento do dinamismo carnavalesco na série Grotesquerie visa também expor de forma lúdica um mundo em que o pensamento apocalíptico está no centro de uma sensação de colapso social iminente. A história de Grotesquerie está repleta dessa tendência carnavalesca que se detém no significado/poder sendo negociado e produzido por meio da materialidade e corporalidade da caracterização e do cenário, bem como da trama. Essas sensibilidades são aqui abordadas no contexto de uma ecologia carnavalesca-grotesca.

Biografia do Autor

Monique Vandresen, UDESC

Jornalista e professora universitária, trabalha desde 1988 com Jornalismo Cultural, tendo editado o caderno de cultura do jornal O Estado e colaborado com publicações como Revista Nova Cosmopolitan, Revista Veja, Revista Empreendedor, Jornal O Catarina, Jornal da Indústria e Comércio, Jornal AN Capital. Trabalhou na TV Cultura e produziu vídeos e roteiros para a UDESC, UFSC e Ministério da Educação. É Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (2005) e desenvolve pesquisa na área de Comunicação, com ênfase no papel da revista feminina na construção de conceitos de moda e elegância. Professora associada da Universidade do Estado de Santa Catarina, realizou estagio pos doutoral na University of California- Riverside. Possui experiência na área de Moda, Arte e Design, atuando principalmente nos seguintes temas: Transmídia, Novas Mídias, Moda, Comportamento, História, Comunicação e Consumo. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1990), com mestrado em Desenvolvimento pelo Institute Of Social Studies (1993) , onde foi bolsista do Governo Holandês.Professora dos Programas de Pós Graduação Maestría en Diseño Gráfico e Maestría en Diseño Estratégico y Social na USIL / Universidad San Ignacio de Loyola, em Lima, Peru

Marcos Klann, UDESC

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, do Centro de Artes (CEART) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (2020/2). Tem como título de sua pesquisa O Zumbi como alegoria: práticas sobre o corpo morto-vivo e a revolução. É bolsista do Programa de Bolsas Universitárias de Santa Catarina, UNIEDU/FUMDES. Mestre em Teatro, pelo Centro de Artes (CEART) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (2017 - 2019). Licenciado em Educação Artística, Habilitação em Artes Cênicas, pelo Centro de Artes (CEART), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (2000 - 2005). Artista da dança e da perfomance há quase 20 anos, tem como foco de interesse as relações entre memória e coletividade e do acontecimento artístico como possibilidade de catástrofe para instaurar a novidade. Foi integrante do grupo Cena 11 Cia. de Dança, grupo sediado na cidade de Florianópolis, onde atuou como bailarino de 2006 a 2021, com participações em inúmeros Festivais de arte nacionais e internacionais.

Publicado

02-12-2024