Última alteração: 2021-08-24
Resumo
O presente artigo propõe uma análise dos ambientes de aprendizagem proporcionados por quadros digitais colaborativos, com os quais os autores tiveram contato durante o contexto pandêmico. Compõem o corpus de análise três murais interativos, partes fundamentais de cursos oferecidos em ambiente digital pela CLACSO (Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais), pelo projeto DanzaMedicina, e pela Escola do MASP. Propomo-nos a discutir algumas das caracterÃsticas e potencialidades destes ambientes a partir dos princÃpios da etnografia digital (Christine Hine), e mobilizando os conceitos de liminaridades criativas pela perspectiva de Benjamin, Torres Ribeiro e Migliano. Também discutiremos a produção e circulação de fragmentos de narrativas nestes ambientes, reconhecendo sua potencialidade inventiva. Argumentamos, ainda, possibilitarem esses quadros a emergência de um corpo-mÃdia remix, que parte de uma visão imbricada de estética e política e do conceito de partilha do sensível (Rancière), remediação (Bolter e Grusin) e reconfiguração (Lemos) para identificar nestes uma nítida politicidade expressiva (Rocha), que considera o reconhecimento da diferença como potência emancipatória.